Cristãos na Turquia foram pressionados pelo governo para assinarem uma declaração que diz que eles não sofrem perseguição religiosa, disse o líder de uma igreja local.
"A Ordem de Santo André, Arcontes do Patriarcado, lamenta a pressão que o governo turco colocou sobre as minorias religiosas da nação para a obtenção de uma declaração sobre a liberdade religiosa deles", disse Anthony J. Limberakis, o Comandante Nacional da Ordem Leste da Igreja Ortodoxa, num comunicado na semana passada.
"Não é preciso ser um 'evangelista dos Estados Unidos' ou ter uma 'mentalidade sionista' para perceber que as declarações dos representantes das igrejas greco-ortodoxas, arménias e outras comunidades religiosas minoritárias foram obtida sob coação", acrescentou ele, ao referir-se sobre os comentários do presidente Recep Tayyip Erdogan.
A declaração do presidente turco afirma que pessoas de diferentes religiões vivem "livremente" na nação de maioria muçulmana, de acordo com a agência local de notícias, Anadolu.
Uma das afirmações da declaração diz que: "Nós, como representantes religiosos e directores de diferentes fundações, diferentes religiões e crenças e que estamos estabelecidos neste país por séculos, estamos livres para seguir as nossas crenças e práticas".
Erdogan usou a declaração para afirmar que "a Turquia não tem problemas relacionados a minorias [religiosas]". As suas declarações vieram em meio a uma grande disputa com os EUA sobre a prisão do pastor americano Andrew Brunson.
O presidente norte-americano, Donald Trump, juntamente com congressistas e grupos de vigilância de perseguição, acusou a Turquia de manter o Pr. Brunson como refém e puni-lo por causa da sua fé cristã.
O tribunal turco colocou o Pr. Brunson em julgamento sob falsas acusações de que ele se comunicou com grupos curdos acusados de realizar um golpe fracassado no país em 2016.
Contexto
Enquanto o Pr. Brunson foi recentemente autorizado a sair do regime fechado e esperar o fim do julgamento (previsto para outubro) em prisão domiciliar na Turquia, isso não diminuiu as tensões.
Na semana passada, o Departamento do Tesouro dos EUA atingiu a Turquia com sanções económicas por causa deste tratamento que o país de maioria islâmica está a dar ao Pr. Brunson.
Erdogan respondeu ao bloqueio económico, anunciando que seu governo "congelará os activos dos ministros americanos da Justiça e do Interior que vivem na Turquia".
A Ordem de Santo André, que tem sede nos EUA, disse num comunicado que as comunidades greco-ortodoxas e arménias na Turquia estão "bem conscientes" das principais preocupações religiosas para os crentes minoritários no país.
Limberakis acusou o governo de continuar a interferir nas actividades do Patriarcado no país.
Ele argumentou que Erdogan está "a agir como um ditador contra as minorias religiosas, pedindo-lhes para assinar um documento que 'desmente a realidade', pois eles não estão em condições de recusar, pelo medo de que a situação se deteriore ainda mais".
Limberakis também apontou que a Turquia continua com um grande número de jornalistas presos.
"Assim, esperamos que esta afirmação notória, claramente obtida sob coação, inspire os jornalistas de todo o mundo a investigarem e lançarem luz sobre a situação do Patriarcado e de todos os cristãos e outras minorias religiosas na Turquia", escreveu ele.
Motivos de Oração:
- Ore para que a perseguição cristã na Turquia tenha um fim próximo.
- Ore pelos cristão que estão a sofrer perseguição como o Pr. Bruson e outros, para que continuem a esperar a providência de Cristo e continuem a dar testemunho do Seu Amor.
- Ore para que o Evangelho do Senhor Jesus alcance os corações dos turcos, inclusive do Presidente Erdogan.
Fonte: Christian Post/Guia-me
em: https://www.vozdosmartires.com/single-post/2018/08/10/Crist%C3%A3os-na-Turquia-s%C3%A3o-Obrigados-a-Assinar-Documento-a-dizer-que-N%C3%83O-SOFRE-Persegui%C3%A7%C3%A3o