A comunidade libanesa que vive no Brasil, formada em sua maioria por
descendentes, é maior do que a população do Líbano. São quase 10 milhões
de libaneses e descendentes em território brasileiro, contra 3,5
milhões que vivem no Líbano.
O país é uma república parlamentarista com presidente eleito pelo
voto dos deputados. O último presidente, general Michel Sleiman, foi
eleito pelo Parlamento em 2008. Brasil e Líbano têm comércio bilateral
de cerca de US$ 312 milhões.
Em 2010, foram comemorados 130 anos do início oficial da imigração
árabe para o Brasil. Foi em 1880 que o primeiro navio com libaneses
deixou o porto de Beirute, estimulados pelo imperador Dom Pedro II, que
visitara o país quatro anos antes. A maioria dos libaneses imaginava
estar migrando para os Estados Unidos, porque o Brasil era praticamente
desconhecido.
Muito antes, no entanto, árabes já tentavam a sorte no novo mundo. No
Brasil, os primeiros árabes chegaram ainda no período colonial, para
trabalhar como mascates. Em 1880, veio a primeira grande leva de
libaneses cristãos, fugindo do Império Otomano, Estado de
maioria muçulmana que dominava todo o Oriente Médio e era controlado
pela etnia turca. Os estados que mais receberam migrantes libaneses
foram São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará e Goiás. Como
chegavam com o passaporte otomano, eram chamados de "turcos",
denominação aplicada até hoje aos árabes e seus descendentes em parte do
Brasil.
O Império Otomano foi extinto após ser derrotado na Primeira Guerra
Mundial, junto com a Alemanha. Na divisão do Oriente Médio que
Inglaterra e França fizeram entre si, coube aos franceses o Líbano e a
Síria. Beirute, a capital libanesa, tornou-se, então, a "Paris do
Oriente", uma cidade cosmopolita e sofisticada. Em 1920, criou-se a
República do Líbano, mas ainda sob mandato francês.
A independência só veio em 1943, um pouco antes do fim da Segunda
Guerra Mundial. Em 1948, o Líbano tornou-se refúgio para os palestinos
expulsos com a criação do Estado israelense. Com a declaração da
Independência do Líbano em 1943, um pacto nacional foi celebrado entre
as principais líderanças libanesas e foi estabelecido que o presidente
da República será sempre um cristão maronita, o primeiro-ministro um
muçulmano sunita e o Presidente da Câmara dos Deputados um muçulmano
xiita. O que levou a uma guerra civil a partir de 1975, e que durou 15
anos, foi a pretensão da Organização da Libertação da Palestina (OLP),
fortemente armada, de tomar o poder no Líbano apoiada pela população
muçulmana contra os cristãos.
Numa região marcada por guerras, o Líbano é um país que busca o
crescimento econômico. Senadores como Pedro Simon (PMDB-RS), Romeu Tuma
(PTB-SP), Mauro Fecury (PMDB-MA) são descendentes de libaneses.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
em: http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2010/04/22/comunidade-libanesa-no-brasil-e-maior-que-populacao-do-libano
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