quinta-feira, 4 de junho de 2015

Turquia - razões para a redução na quantidade de cristãos no país.

Por Uzay Bulut,
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Embora os Cristãos sejam uma pequena minoria na Turquia atual, o Cristianismo tem uma longa história na Ásia Menor - local de nascimento de muitos Apóstolos e Santos tais como o Apóstolo Paulo de Tarso, Timóteo, Nicolau de Myra, e Policarpo de Smyrna. Os primeiros sete Concílios Ecuménicos foram levados a cabo na região que hoje é a Turquia. Dois dos cinco centros (Patriarcados) da antiga Pentarquia - Constantinopla (Istanbul) e Antióquia (Antakya) - também se encontravam localizadas aqui. Antioquia foi o local onde, pela primeira vez, os seguidores de Jesus foram identificados como "Cristãos". A Turquia é também o local onde se encontravam as Sete Igrejas da Ásia, para onde foram enviadas as Revelações de João.

Durante os séculos que se seguiram, inúmeras igrejas foram estabelecidas na região. Uma delas, a Hagia Sofia, chegou a ser a mais grandiosa catedral do mundo Cristão - até à queda de Constantinopla por parte dos Otomanos no dia 29 de Maio de 1453, seguidos de 3 dias de pilhagem desenfreada. A Hagia Sofia não escapou à pilhagem; os pilhadores caminharam até à Hagia Sofia e destruíram as portas. Encurralados no seu interior, os congregantes e os refugiados tornaram-se espólios a serem partilhados pelos invasores Otomanos. Segundo o historiador Steven Runciman em seu livro "The Fall of Constantinople, 1453", eles mataram todas as pessoas que encontraram nas estradas, homem, mulheres e crianças sem discriminação. O sangue escorreu em forma de rio pelas estradas íngremes desde os pontos elevados da Petra rumo ao Golden Horn. Mas pouco depois a vontade de matar acalmou. Os soldados aperceberam-se que os cativos eram muitos mais preciosos como objetos que iriam dar muito mais lucro dessa forma.


Depois da queda da cidade, a Igreja Hagia Sofia foi convertida numa mesquita. Uma mesquita com o nome de Hagia Sofia (em Grego Ἁγία Σοφία, “Sabedoria Santa”) só é possível se a igreja estiver sob o controle duma teocracia islâmica. É como ter uma mesquita com o nome de "Mesquita Arménia da Santa Cruz". Por volta dos ano 1930, o governo Turco transformou a igreja num museu, mas transformar uma igreja em museu também não é uma característica dum estado realmente democrático.


Outra vítima da intolerância Turca para com as igrejas, a Agios Theodoros Byzantine Church em Istambul, foi inicialmente convertida numa mesquita durante o reinado Otomano de Sultan Mehmed II; foi nomeada após Mollah Gurani, o quarto Sheikh-ul-Islam (a autoridade que governava os assuntos religiosos dos muçulmanos no Império Otomano). Foi reportado que em Março de 2014 uma área de entrada da antiga igreja-mesquita havia-se tornado numa "casa", e que a parte superior se havia tornado num "apartamento". Foi feito um barraco dentro dos seus jardins. O quarto do clérigo é hoje uma casa de banho. Passados que estão alguns séculos, os hábitos dos Otomanos não mudaram. Atualmente, a Turquia tem menos Cristãos em termos de percentagem que os seus vizinhos - menos que a Síria, que o Iraque e menos que o Irã.

A maior causa disto foram os genocídios de Assírios, Armenios e Gregos que ocorreram entre 1915 e 1923. Pelo menos 2,5 milhões de Cristãos da Ásia Menor foram mortos - massacrados, vítimas de deportações, de trabalho de escravo, ou de marchas da morte. 

Falando para o Armenian Weekly, o colunista Raffi Bedrosyan reportou que atualmente, só restam 34 igrejas e 18 escolas na Turquia, a maior parte delas em Istambul, e tendo menos de 3.000 estudantes nessas escolas. (...) Pesquisas recentes colocam em 2.300 o número de igrejas Armenias em 1915, ao mesmo tempo que se estimam que tivessem existido quase 700 escolas contendo 82.000 alunos durante o mesmo período. Estes números são só das igrejas e das escolas sob a jurisdição do Patriarcado Armenio de Istambul e da Igreja Apostólica, e como tal, não inclui as numerosas igrejas e escolas que pertencem às paróquias Protestantes e Católicas Armenias.



(...) A Turquia tem quase 80 milhões de habitantes. Só há cerca de 120.000 Cristãos, o que é menos de 1% da população. Certamente que os Cristãos são vistos como cidadãos de segunda. O cidadão genuíno é muçulmano, e aqueles que não são muçulmanos são olhados com suspeição.



Infelizmente, a Turquia, membro da OTAN desde 1952 e supostamente candidato a membro da União Europeia, tem sido bem sucedida na destruição de toda a herança cultural Cristã da Ásia Menor. Tudo isto faz-nos lembrar o que o Estado Islâmico e o que outros grupos jihadistas estão atualmente a levar a cabo no Oriente Médio. Na Turquia, a população Cristã que ainda existe, netos dos sobreviventes de genocídios, ainda se encontram expostos à discriminação. Os antigos hábitos dos Turcos Otomanos não parecem morrer. 

- veja mais em: http://perigoislamico.blogspot.com.br/2015/05/cristaos-da-turquia-beira-da-extincao.html#sthash.KoHTjc8g.dpuf

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